
-
Afeganistão tem novo tremor, em pleno luto após um dos piores terremotos em décadas
-
Alcaraz despacha Lehecka e avança à semifinal do US Open
-
Deslizamento de terra arrasa povoado e mata centenas no oeste do Sudão
-
Ilkay Gündogan deixa Manchester City e assina com Galatasaray
-
Sonho de marcar pela Seleção está 'cada vez mais perto', diz João Pedro
-
Iceberg gigante de 39 anos está derretendo na costa da Antártida
-
Sancionado pelos EUA, Moraes diz que vai ignorar 'pressões' em julgamento de Bolsonaro
-
Pegula elimina Krejcikova e avança à semifinal do US Open
-
Kim Jong Un se une a Xi e Putin, que comemoram relação 'estratégica' em Pequim
-
França emite mandado de prisão contra Bashar al Assad por morte de jornalistas em 2012
-
Trump promete acabar com o crime em Chicago, a 'cidade mais perigosa do mundo'
-
Sofia Coppola estreia em Veneza com carta de amor para Marc Jacobs
-
Festival de Veneza, entre o existencialismo e a ameaça nuclear
-
AIEA encontra partículas de urânio na Síria
-
Clubes ingleses sacodem janela de transferências com investimento recorde de R$ 22 bi
-
David Luiz é denunciado por ameaças contra mulher
-
Chloe Malle sucede Anna Wintour à frente da Vogue nos EUA
-
Viticultor francês é condenado à prisão por vender champanhe falsificado
-
Taiwanesa Lin Yu-ting, que diz ter passado por teste de feminilidade, não vai ao Mundial de boxe
-
Número de mortos em terremoto no Afeganistão passa de 1.400
-
Filho mais velho da princesa da Noruega será julgado em fevereiro por estupro
-
Em julgamento, Moraes afirma que Bolsonaro buscou instaurar 'ditadura' no Brasil
-
Kim Jong Un chega a Pequim para encontro com Xi e Putin
-
Lucrecia Martel em Veneza: 'cinema é algo muito poderoso em época de desesperança para humanidade'
-
Manchester City anuncia saída de Ederson após contratação de Donnarumma
-
STF inicia sessões para sentença em julgamento histórico de Bolsonaro
-
Israel intensifica preparativos para nova ofensiva em Gaza
-
IA, uma nova ferramenta para criminosos na Internet
-
Terremoto no Afeganistão: número de mortos ultrapassa 1.400
-
Justiça francesa determina julgamento de Depardieu por estupro
-
Jair Bolsonaro e seus colaboradores: os oito acusados pela trama golpista
-
Reino Unido constrói novas cidades em resposta à crise da moradia
-
Deslizamento de terra deixa mais de mil mortos no oeste do Sudão
-
Austrália vai combater nudez criada com IA e assédio online
-
Kim Jong Un visita China para encontro com Xi e Putin
-
Suicídios representam uma morte em cada 100 no mundo, segundo a OMS
-
Suicídios representam um morte em cada 100 no mundo, segundo a OMS
-
Afeganistão procura sobreviventes após terremoto que deixou mais de 900 mortos
-
Putin diz a Xi que relações Rússia-China estão em nível 'sem precedentes'
-
O destino de Bolsonaro nas mãos do STF
-
Bia Haddad é eliminada por Anisimova, que vai enfrentar Swiatek nas quartas do US Open
-
Colômbia, Uruguai e Paraguai tentam vaga na Copa-2026 em rodada com despedida de Messi
-
Com problemas físicos, Fabián Ruiz e Yeremy Pino desfalcam a Espanha nas Eliminatórias
-
Sinner atropela Bublik e vai enfrentar Musetti nas quartas do US Open
-
Darwin Núñez volta a ser convocado pelo Uruguai; Laquintana é novidade
-
Venus Williams e Leylah Fernandez avançam nas duplas do US Open
-
Justiça argentina proíbe divulgação de áudios gravados da irmã de Milei
-
Sevilla se reforça com o veterano artilheiro chileno Alexis Sánchez
-
Aos 38 anos, Jamie Vardy inicia nova etapa no Cremonese
-
Boxeadora Imane Khelif abre batalha judicial contra testes de feminilidade

Lucrecia Martel em Veneza: 'cinema é algo muito poderoso em época de desesperança para humanidade'
A cineasta Lucrecia Martel reivindica em 'Nuestra tierra', seu documentário apresentado no Festival de Cinema de Veneza, os direitos dos indígenas e denuncia novamente o racismo em sua Argentina natal, com um filme que fala sobre dominação, memória e migração.
Partindo do julgamento dos suspeitos do assassinato de Javier Chocobar, ocorrido em Tucumán em 2009, Martel traça um retrato da comunidade Chuschagasta, ameaçada de ser despojada das terras que habita, e conta uma história muito mais ampla que aborda temas como a memória e o racismo.
O assassinato foi gravado em vídeo e, quando Martel o encontrou, percebeu que "era um cara que tinha ido filmar e tinha um revólver, e me pareceu extremamente pertinente, como pessoa que trabalha com imagens e som, investigá-lo", explica a cineasta argentina durante uma entrevista à AFP em Veneza.
"E também porque tinha exatamente a ver com o que me preocupa muito: o racismo na Argentina", enfatiza Martel, de 58 anos, natural de Salta, no noroeste do país.
Sem narrador e com uma infinidade de imagens de arquivo, são os próprios membros da comunidade Chuschagasta que contam sua história.
Homens e mulheres que um dia migraram para Buenos Aires em busca de uma vida melhor e outros que ficaram, reivindicando seus direitos sobre a terra onde nasceram, a terra de seus ancestrais.
- A identidade, "uma armadilha"-
No entanto, conseguir que as pessoas se manifestassem era, por vezes, um desafio. Uma das participantes levou dez anos para confiar nela e mostrar-lhe suas fotos.
Trata-se de "pessoas que foram decepcionadas por todos os governos, de todos os signos políticos; pela universidade, pelos acadêmicos, pelos hippies", justifica a também diretora de 'Zama'.
"Com todas as decepções que têm do mundo urbano, por que confiaria em mim?", questiona.
Outro desafio que teve de enfrentar ao realizar 'Nuestra tierra', fora de competição na Mostra, foi o dos seus próprios "preconceitos".
"Muitas vezes eu estava preocupada em conseguir documentos e fotos, sem compreender bem que se trata de uma pessoa, uma família que perdeu um membro, sem ter delicadeza com isso", reconhece.
Com seu relato, os membros da comunidade destacam uma história não contada e amplamente ignorada pelas instituições.
"Todos os presidentes, desde [Raúl] Alfonsín até hoje, têm alguma frase (...) em que dizem que a Argentina é formada por imigrantes. Como sempre, esquecem-se dos povos indígenas", observa Martel.
Mesmo assim, ela não pretendia abordar o tema da identidade, embora ele esteja presente no filme, ressalta.
"Eu não acredito na identidade, acho que é uma armadilha que obriga as pessoas a fazer algo que elas não sabem", afirma. "A identidade não é nada fixo, é um fenômeno mais complexo do que esse nome que lhe demos e da maneira como a definimos", acrescenta.
Martel levou mais de quinze anos para realizar este documentário e admite que pode ter cometido "erros". Mas, pelo menos, diz, o material documental permanecerá para sempre. E isso já é muito.
"Suponhamos que o filme seja um erro absoluto, que não sirva para nada, que eu não tenha compreendido de forma alguma os problemas da comunidade. Pelo menos, as fotos e os documentos foram digitalizados; estão organizados e guardados em um disco", observa.
Antes de concluir, Martel reitera um apelo aos seus colegas mais jovens, para que "não percam a força nem a fé no que fazemos: o cinema é algo muito poderoso em uma época de desesperança da humanidade".
L.Harper--AMWN