
-
Defesa Civil de Gaza reporta 20 mortos por tiros israelenses durante distribuição de ajuda
-
Guirassy é 'perigoso', mas Fluminense quer 'neutralizar' todo o Dortmund, diz Renato
-
Israel ataca TV estatal iraniana em Teerã
-
Suposto assassino de congressista dos EUA foi às casas de quatro políticos
-
Venezuela concede nacionalidade póstuma a músico dominicano Rubby Pérez
-
Trump insta Irã a dialogar enquanto G7 busca posições comuns
-
Reino Unido anuncia reformas para 'erradicar' quadrilhas de pedófilos
-
Irlanda inicia preparativos para exumação de 796 bebês mortos em lar religioso
-
Sevilla anuncia o argentino Matías Almeyda como novo técnico
-
Pré-candidato baleado na Colômbia passa por cirurgia de emergência por sangramento cerebral
-
Cidade de El Dorado, o retrato da eterna febre do ouro na Venezuela
-
Luis Zubeldía não é mais técnico do São Paulo
-
Suspeitos são condenados a até 22 anos de prisão por pendurar boneco de Vini Jr. na Espanha
-
Entenda as repercussões dos ataques de Israel para o programa nuclear do Irã
-
Campeão em Stuttgart, Taylor Fritz recupera 4ª posição no ranking da ATP
-
WhatsApp incluirá anúncios em sua plataforma
-
Pai de Jakob Ingebrigtsen é absolvido em julgamento por violência contra o filho
-
França bloqueia acesso a estandes de Israel em feira aeroespacial
-
Ucrânia anuncia que recuperou outros 1.245 corpos em acordo com a Rússia
-
Khamenei, um líder que joga sua vida e seu regime na guerra com Israel
-
Polícia de Minnesota prende suspeito do assassinato de congressista estadual
-
Museu de Verona processa homem que se sentou em cadeira de cristais e a quebrou
-
Irã e Israel prosseguem com ataques no quarto dia de conflito
-
ONU reduzirá drasticamente seus programas de ajuda este ano por falta de fundos
-
Alemanha condena sírio à prisão perpétua por torturar opositores durante o regime de Assad
-
Índia prossegue com processo de identificação das vítimas de acidente aéreo
-
Trump ordena novas operações contra imigrantes em Los Angeles, Chicago e Nova York
-
Polícia de Minnesota anuncia detenção de suspeito do assassinato de congressista estadual
-
Trump chega ao Canadá para reunião do marcada por conflito Irã-Israel
-
Botafogo sofre mas vence Seattle Sounders (2-1) em sua estreia na Copa de Clubes
-
Chelsea enfrenta Los Angeles FC de Giroud na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Palmeiras pressiona mas empata com Porto (0-0) na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
EUA goleia Trinidad e Tobago (5-0) em sua estreia na Copa Ouro
-
Palmeiras empata com Porto (0-0) na estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
O futuro da aviação não tripulada no Paris Air Show
-
GA-ASI adiciona a capacidade de alerta aéreo antecipado da Saab ao MQ-9B
-
Trump volta ao G7 em cúpula marcada por conflito Irã-Israel
-
Flamengo estreia na Copa do Mundo de Clubes contra o Esperánce da Tunísia
-
PSG goleia Atlético de Madrid (4-0) em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Nova onda de ataques cruzados entre Israel e Irã no 3º dia do conflito
-
Russell vence GP do Canadá marcado por choque entre McLarens; Bortoleto é 14º
-
Trump vetou plano israelense para matar líder supremo iraniano
-
Bayern de Munique massacra Auckland City (10-0) em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Sinner diz que passou "noites sem dormir" após perder final de Roland Garros para Alcaraz
-
Gabriel Diallo conquista em 's-Hertogenbosch seu primeiro título ATP
-
Sem brilhar, México vence República Dominicana (3-2) na abertura da Copa Ouro
-
Novo técnico Gennaro Gattuso tem missão de levar Itália à Copa de 2026
-
Tatjana Maria vence Anisimova e conquista torneio de Queen's aos 37 anos
-
Maré vermelha toma Haia para pedir ao governo que lute contra o 'genocídio' em Gaza
-
Trump diz à ABC que é 'possível' que os EUA se envolvam no conflito Irã-Israel

Com 'Ainda Estou Aqui', Brasil encara fantasma da ditadura
"Se ganharmos, vamos comemorar igual a uma Copa do Mundo", promete Isabela Caetano, uma estudante de 19 anos de São Paulo que, como milhões de brasileiros, vive as indicações ao Oscar de "Ainda Estou Aqui" como uma questão de orgulho nacional.
Nas ruas e nas redes sociais, cidadãos, artistas e políticos - incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - aderiram à onda de euforia com o filme do cineasta Walter Salles, que aborda o desaparecimento do ex-deputado progressista Rubens Paiva em 1971.
Indicado ao Oscar de Melhor Filme e Melhor Filme Internacional, "Ainda Estou Aqui" confronta o Brasil com o fantasma de sua ditadura militar (1964-1985), um tema por décadas nas margens do debate público.
Quase quatro milhões de brasileiros já assistiram ao filme nos cinemas, enquanto o país descobre revelações sobre o recente envolvimento de militares em uma suposta trama golpista.
Estrelado por Fernanda Torres, vencedora do Globo de Ouro e indicada ao Oscar de Melhor Atriz, o longa narra a luta de Eunice Facciolla Paiva, esposa de Rubens, para esclarecer o sequestro do marido pelas forças armadas.
O corpo do ex-deputado jamais foi encontrado e o crime segue impune. Em 2012, a Comissão Nacional da Verdade concluiu que o Estado foi responsável por sua morte.
- Da tela para as ruas -
O sucesso de "Ainda Estou Aqui" inspirou uma ideia inusitada em São Paulo. O túmulo de Eunice Paiva, falecida em 2018, foi incluído como atração em uma visita guiada ao Cemitério do Araçá, um dos maiores da cidade, organizada pelo projeto "O que te assombra?".
"Vim homenagear a Eunice porque é importante lembrar o que sua luta nos diz sobre o nosso país de hoje", diz Mirella Rabello, médica de 28 anos, que deixou flores no túmulo.
No Rio de Janeiro, a casa onde foi rodado o filme - que é baseado no livro de mesmo nome de um dos filhos dos Paiva, Marcelo Rubens Paiva - atrai turistas de todo o país mobilizados pela história.
"Sou de Brasília e fiz questão de visitar essa casa e registrar para minha família, meus netos, o quão importante pode ser um filme para guardar a memória de um país", afirma Silvana Andrade, professora de 55 anos, em frente à residência localizada no bairro da Urca.
"Percebemos que também é um filme para entender o presente", declarou Walter Salles, cujo longa "Central do Brasil" (1998) também foi indicado ao Oscar, em uma recente entrevista à AFP.
Em novembro, a Polícia Federal acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro, capitão reformado do Exército e nostálgico da ditadura, de um suposto plano para impedir a posse de Lula em 2022.
Bolsonaro e comandantes das forças armadas foram indiciados por conspiração contra a democracia. O ex-presidente se declara inocente e afirma ser um "perseguido".
Após a estreia de "Ainda Estou Aqui" em novembro, contas associadas à extrema direita convocaram nas redes sociais um "boicote" ao filme.
- Um país 'mais sensibilizado' -
O Brasil nunca julgou os crimes cometidos durante a ditadura, que, segundo dados oficiais, deixou 202 mortos, 232 desaparecidos e milhares de vítimas de torturas e detenções ilegais.
Uma lei de anistia aprovada em 1979 pelo regime militar impediu a punição dos culpados.
No entanto, em dezembro, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), interpretou pela primeira vez que a anistia não pode incluir a ocultação de cadáveres.
Em sua decisão, que ainda precisa ser analisada pelo plenário do STF, Dino citou "Ainda Estou Aqui", lançado um mês antes.
"Hoje o Brasil está mais sensibilizado sobre a ditadura, graças a fatores que vão desde um filme até notícias sobre uma conspiração militar", afirma Eugênia Gonzaga, presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.
Segundo Gonzaga, o número de vítimas do regime militar pode ser muito maior do que o oficial, se forem considerados grupos não vinculados a partidos, como indígenas atingidos pela repressão.
Para os mortos oficialmente contabilizados, a Justiça determinou em dezembro que seus atestados de óbito sejam corrigidos para explicitar que morreram pelas mãos do Estado. Também serão emitidas declarações para os desaparecidos.
Reconhecido como morto em 1996, Rubens Paiva é uma das vítimas cujo atestado de óbito agora indica morte "não natural; violenta; causada pelo Estado brasileiro no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política do regime ditatorial instaurado em 1964".
Th.Berger--AMWN