
-
Ataque com faca deixa 17 feridos em estação ferroviária de Hamburgo
-
Trump retoma guerra comercial com UE e ameaça fabricantes de celular
-
Os dez últimos campeões italianos após o quarto título do Napoli
-
Napoli é campeão italiano pela 4ª vez em sua história
-
EUA qualifica como 'construtivas' negociações nucleares com Irã em Roma
-
Tuchel anuncia convocados da Inglaterra com volta de Ivan Toney
-
Juíza suspende veto de Trump a estudantes estrangeiros em Harvard
-
Stuttgart é favorito na final da Copa da Alemanha contra modesto Arminia Bielefeld
-
'Dólares do colchão': o tesouro dos argentinos que Milei quer desenterrar
-
Leclerc é o mais rápido nos treinos livres em Mônaco
-
Assaltantes de Kim Kardashian não voltarão à prisão por roubo milionário de 2016 em Paris
-
Ataque com faca deixa 12 feridos em estação ferroviária de Hamburgo
-
Cobolli vence Etcheverry e vai enfrentar Rublev na final do ATP de Hamburgo
-
Opositor venezuelano próximo a Machado é detido por "terrorismo" contra eleição
-
Billy Joel cancela shows por condição neurológica
-
Vini Jr. se despede de Ancelotti no Real Madrid: "Te espero no Brasil"
-
ONU diz que conflito em Gaza passa por sua 'fase mais cruel'
-
Djokovic avança à final em Genebra e vai lutar por seu 100º título
-
Juíza suspende veto de Trump contra estudantes estrangeiros em Harvard
-
UE reage à ameaça de Trump de impor tarifas de 50%
-
Ronaldo vende Valladolid a grupo de investimentos americano
-
Segurança é reforçada em Washington após morte de funcionários da embaixada israelense
-
Fim das negociações nucleares entre Irã e EUA em Roma
-
Fotógrafo Sebastião Salgado morre aos 81 anos
-
Pastor islandês e cães de filme espanhol vencem prêmios caninos em Cannes
-
Sebastião Salgado, o fotojornalismo elevado ao status de obra de arte
-
Ucrânia e Rússia iniciam troca de prisioneiros em grande escala
-
Trump ameaça UE e Apple com novas tarifas
-
Harvard processa Trump por vetar estudantes estrangeiros
-
Trump encontra compradores de sua criptomoeda, em meio a denúncias de corrupção
-
Prêmio para a primeira obra chechena em Cannes e para documentário sobre Assange
-
Cannes traz um novo olhar sobre a aids depois da covid
-
Fotógrafa mexicana Graciela Iturbide vence o Prêmio Princesa das Astúrias das Artes
-
Surto de gripe aviária em mamíferos duplicou em 2024
-
Tarifas, ameaças, delações: o quebra-cabeças de Trump para pressionar o México
-
Charles III visita Canadá em um momento tenso com Estados Unidos
-
A guerra dos microchips entre China e EUA sob o governo de Trump
-
Trump anuncia grande troca de prisioneiros entre Ucrânia e Rússia
-
Cannes traz um novo olhar sobre a aids depois do covid
-
Tribunal emite veredicto dos acusados de roubar Kim Kardashian em Paris
-
Neymar volta a jogar mas não consegue evitar eliminação do Santos na Copa do Brasil
-
Real Madrid confirma saída de Ancelotti
-
Irmãos Dardenne entram em cena no último dia da competição em Cannes
-
Irã e EUA retomam em Roma negociações sobre o programa nuclear de Teerã
-
Defesa Civil de Gaza registra 16 mortes em bombardeios israelenses
-
Maduro diz que há mais de 50 'mercenários' capturados, antes de eleições na Venezuela
-
Acidente de avião em bairro residencial da Califórnia deixa ao menos 2 mortos
-
Decreto de Milei que limita direito à greve é acusado de inconstitucionalidade
-
Suspeito de matar funcionários de embaixada israelense nos EUA é acusado de assassinato
-
Chefe da OMS pede 'clemência' a Israel na guerra em Gaza

'Dólares do colchão': o tesouro dos argentinos que Milei quer desenterrar
Em um apartamento modesto de Buenos Aires, Rita López, 84, mostra a antiga lata de ervilhas - verdes, ironicamente - onde guarda um rolo de dólares, um lugar em que ela confia mais do que em qualquer banco.
"Nem louca coloco minhas economias no banco", diz Rita, que pediu para usar um nome fictício, por medo de ser roubada. E ela não é uma exceção.
O governo estima que US$ 200 bilhões (R$ 1,1 trilhão) estejam fora do sistema bancário argentino, guardados em residências, cofres e todo tipo de esconderijo doméstico. São os chamados "dólares do colchão", que, segundo cálculos, somam cinco vezes as reservas brutas do Banco Central, de US$ 38 bilhões (US$ 216 bilhões).
O economista da Universidade de Buenos Aires Julián Zicari destaca que esses dólares que não passam pelos bancos criam "desvantagens para a economia".
Com o objetivo de ter acesso a essas economias, o governo do ultraliberal Javier Milei lançou ontem um projeto que deixa de penalizar aqueles que depositarem no sistema o dinheiro não declarado e elimina a obrigatoriedade de explicar a origem desses recursos.
O ministro da Economia, Luis Caputo, negou que a medida anunciada ontem se trate de uma anistia ou facilite a lavagem de dinheiro. O decreto publicado nesta sexta-feira será acompanhado de um projeto de lei.
- 'Corralito' -
A lata de Rita guarda mais do que dólares, abriga a memória de gerações marcadas pelas 16 crises econômicas que a Argentina enfrentou desde 1860. Sete delas ocorreram nos últimos 50 anos, e incluíram a liquidação de poupanças pela inflação, o bloqueio de depósitos ou a troca por títulos de longo prazo.
"Em 2001, eu trabalhava como advogada e tive que ajudar muita gente que queria sacar seu dinheiro dos bancos", lembra a idosa, referindo-se ao "corralito", quando, em dezembro daquele ano, o governo argentino restringiu o acesso aos depósitos, frente à corrida bancária.
"Quem guardava as economias no banco era o meu pai, ele sempre perdeu", conta Rita, que decidiu evitar as instituições bancárias após a lição familiar amarga. Ela ri, incrédula, do anúncio do governo: "Um dia o governo te diz uma coisa, depois vem outro governo e faz outra. Não confio."
O hábito de guardar dólares em espécie faz parte da cultura popular. Nos últimos 40 anos, todos os presidentes, exceto Néstor Kirchner (2003-2007), tentaram atrair os "dólares do colchão".
- 'Anistia fiscal' -
No ano passado, o governo Milei conseguiu aprovar uma "lavagem" de capital por meio da qual mais de US$ 22 bilhões entraram no sistema, o que aumentou as reservas e manteve a calma no mercado cambial, crucial para domar a inflação, que atormenta os argentinos historicamente.
O preço do dólar influencia as expectativas econômicas da população argentina, e suas flutuações costumam se traduzir em aumentos de preços. Por isso, manter a taxa de câmbio baixa é uma das tarefas mais importantes que Milei se propôs a cumprir. Ele conseguiu reduzir a inflação de 211% em 2023 para 118% em 2024, embora a um custo social elevado.
O projeto para promover o uso bancário dos dólares do colchão "não constitui uma política de normalização financeira", criticou o economista independente Pablo Tigani, em coluna no jornal Ámbito. É "uma anistia fiscal encoberta, carente de marco legal, que poderia permitir a entrada em massa de capitais de origem ilícita".
O jornalista argentino Marcelo Longobardi cristalizou essa ideia em seu programa de streaming: "É evidente que, na Argentina, pagar impostos não é negócio. Os contribuintes comuns olham para isso com espanto: De novo!"
Ch.Kahalev--AMWN