-
Presidente do Louvre se compromete a modernizar o museu
-
China acelera modernização militar com terceiro porta-aviões
-
EUA se prepara para o caos após redução do número de voos por paralisação orçamentária
-
Tufão Kalmaegi deixa cinco mortos no Vietnã após passagem devastadora pelas Filipinas
-
Ataques americanos contra 'narcolanchas' no Caribe deixaram pelo menos 70 mortos
-
Movimento contra energias fósseis ganha força na COP30
-
Indonésia repatria britânica de 69 anos condenada à morte por narcotráfico
-
Cazaquistão adere aos Acordos de Abraão, enquanto EUA promove paz no Oriente Médio
-
Arce é expulso do partido governista na Bolívia
-
Acionistas da Tesla aprovam pacote salarial de US$ 1 tri para Elon Musk
-
Um trabalhador morre e seis ficam presos em desabamento de termelétrica na Coreia do Sul
-
EUA se prepara para o caos após redução do número de voos
-
Suprema Corte dá aval à ordem de Trump de eliminar 3º gênero em passaportes
-
Lula lança fundo para proteger florestas tropicais
-
Candidato chileno de extrema direita quer enviar imigrantes irregulares com antecedentes para El Salvador
-
'Pronto para tudo', diz Norris dobre previsão de chuva no GP do Brasil
-
Hamilton desmente rumores sobre saída da Ferrari
-
Conselho de Segurança da ONU suspende sanções contra presidente sírio
-
Rússia condena a 13 anos de prisão 2 colombianos acusados de combater pela Ucrânia
-
Chefe da McLaren diz que prefere perder título a fazer jogo de equipe
-
Verstappen diz que precisará de 'um pouco de sorte' ficar com o título da F1
-
Líderes mundiais pedem em Belém engajamento na luta pelo clima
-
'Podemos ser competitivos', diz Bortoleto antes do GP do Brasil
-
Congresso do Peru declara 'persona non grata' presidente do México
-
Cazaquistão adere aos Acordos de Abraão, em movimento simbólico
-
Presidente Lula lança fundo para proteger florestas tropicais
-
Trump anuncia acordo para reduzir preço de medicamentos contra obesidade nos EUA
-
Paris sorteia descanso eterno em seus cemitérios mais famosos
-
Paramilitares anunciam que aceitam proposta de trégua humanitária no Sudão
-
Djokovic avança à semifinal do ATP 250 de Atenas
-
França promove militar judeu Alfred Dreyfus, alvo de polêmica há 130 anos
-
Jogador do Dallas Cowboys, da NFL, morre em aparente caso de suicídio
-
Lanterna da Champions, Ajax demite técnico John Heitinga
-
Presidente do México lança plano para denunciar e sancionar 'abuso sexual'
-
Sabalenka elimina Gauff do WTA Finals; Pegula também avança à semifinal
-
França pede que UE sancione a plataforma Shein
-
Nancy Pelosi, primeira mulher a presidir a Câmara dos EUA, anuncia aposentadoria
-
Sem gravatas! Calor de Belém altera código de vestimenta da Cúpula de Líderes
-
Para evitar o abismo, Lula e Guterres pedem que luta pelo clima não seja abandonada
-
Norris e Piastri retomam disputa pelo título no GP do Brasil, com Verstappen no retrovisor
-
'O melhor estreante', diz Felipe Massa sobre Bortoleto
-
Israel bombardeia Hezbollah no sul do Líbano e grupo xiita rejeita negociações
-
Leroy Sané volta à seleção alemã para as Eliminatórias da Copa 2026
-
Kirchner enfrenta maior julgamento por corrupção da história da Argentina
-
Ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez deixa prisão após anulação da sentença
-
Cherki, Kolo Muani e Kanté retornam à seleção francesa
-
Daniele De Rossi é o novo técnico do Genoa
-
Nancy Pelosi, 1ª mulher a presidir Câmara de Representantes dos EUA, anuncia aposentadoria
-
Turcos LGBTQIA+ temem projeto de lei considerado repressivo
-
Novas imagens de satélite sugerem 'valas comuns' na cidade sudanesa de El Fasher
População de rua aumenta na capital do próspero Uruguai
A cicatriz de uma facada que Pablo Perdomo recebeu enquanto cuidava de carros marca sua vida nas ruas. Aos 48 anos, já foi pintor, vidraceiro e costumava viver em família, mas hoje integra a crescente população sem-teto da capital uruguaia.
"Nunca imaginei ficar assim", disse à AFP enquanto esperava abrir o abrigo estatal onde dorme.
País de 3,5 milhões de habitantes, o Uruguai se destaca na América Latina por sua alta renda per capita, baixo nível de desigualdade e pobreza e uma ausência quase total de pobreza extrema, segundo o Banco Mundial.
Mas, em Montevidéu, que concentra quase a metade da população do país, 2.800 pessoas vivem nas ruas, 24% a mais que em 2021 e 55% a mais que em 2019, de acordo com o último levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social (Mides).
A diretora de Assistência Social do Mides, Fernanda Auersperg, afirma que é um problema multifatorial, o qual ela atribui, em grande parte, à situação carcerária do Uruguai, onde quatro a cada mil pessoas estão presas, e 26 retomam a liberdade todos os dias.
Enfrentar essa porta giratória é "um dos grandes desafios", afirma.
Das cerca de 1.400 pessoas que dormem ao relento em Montevidéu, 53% estiveram privadas de liberdade, metade delas por até três vezes.
"Nunca estive preso, mas a maioria dos rapazes aqui ao redor, sim", disse Alejandro, de 38 anos, que prefere não revelar seu sobrenome. Ele está há seis anos perambulando pela Cidade Velha.
"A maioria dos que buscam um refúgio quer estar um pouco melhor. Continua se drogando mas sabe que a tal hora tem que vir para dormir aquecido e comer", afirma Emanuel Rodríguez, de 21 anos, que dorme no abrigo do Mides.
- "Flagelo"-
Para Fernanda, o aumento do consumo de drogas é "outro dos grandes desafios".
Segundo o Mides, a maioria dos que dormem nas ruas em Montevidéu são homens, uruguaios, de 39 anos em média. Desses, mais de 90% se drogam, e 72% fazem isso diariamente. As substâncias mais consumidas são a pasta-base (77%) e álcool (53%).
Jorge Silva, um ex-estivador portuário de 59 anos, sem-teto há quatro, admite seu alcoolismo. "Os vizinhos me dão comida, graças a Deus", afirma.
Como 43% dos cadastrados, Pablo Perdomo foi parar nas ruas, após romper vínculos familiares há dois anos. Afirma que não tem vícios, mas que foi um intenso usuário de cocaína.
Dos entrevistados pelo Mides, cerca de 40% receberam tratamento para dependência, e 20% foram internados com doenças psiquiátricas.
Aos 46 anos, Willy Vallejo sofre de esquizofrenia paranoide. Dormia em uma praça e passou 11 anos em abrigos, mas agora vive em um lar para pessoas com transtornos mentais que estavam em situação de rua, uma nova experiência de autogestão apoiada e financiada pelo Mides.
"Pedia a Deus e ao Universo para não acordar no outro dia quando estava em um abrigo. Por favor, não quero mais viver assim. Quero viver bem, como estou vivendo agora", relata, entusiasmado com o projeto de casa comunitária que compartilha com outras nove pessoas.
Auersperg aplaude iniciativas como esta.
"Na problemática da situação de rua, confluem distintas realidades", enfatiza, por isso deve-se "dar respostas muito mais individualizadas, muito mais diversificadas".
M.A.Colin--AMWN